Prefeitura de São Paulo ergue muro na Cracolândia e divide opiniões

 

A Prefeitura de São Paulo construiu um muro de cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura na Rua General Couto Magalhães, região da Santa Ifigênia, no Centro da cidade. A barreira, erguida na área da Cracolândia, substitui os antigos tapumes de metal e, segundo a administração municipal, visa melhorar o atendimento aos usuários de drogas, garantir mais segurança para equipes de saúde e assistência social e facilitar o trânsito local.

A medida, no entanto, gerou polêmica. Roberta Costa, integrante do coletivo Craco Resiste, afirmou ao portal g1 que o muro “encarcerou” os usuários, dificultando o acesso de movimentos de direitos humanos. Segundo ela, uma tentativa de promover uma ação de Natal no dia 22 de dezembro, com alimentos e atividades culturais, foi frustrada pela impossibilidade de se aproximar da área.

A Cracolândia é há décadas palco de iniciativas municipais que buscam soluções para a crise de saúde e segurança pública que a envolve. Apesar das promessas recorrentes de diferentes gestões políticas, a região continua enfrentando desafios estruturais, e o novo muro evidencia a complexidade do problema, dividindo opiniões entre medidas de controle e abordagens humanitárias.

Movimentos sociais e especialistas em políticas públicas alertam que a construção pode acentuar a marginalização dos usuários e dificultar a implementação de estratégias de reabilitação e reinserção social, enquanto a prefeitura defende que a intervenção é parte de um plano mais amplo para melhorar as condições da região.