“O Estado, até hoje, teve como objetivo evitar o Inferno na terra. O 2030 veio
não apenas para isso, mas para instaurar o Paraíso”
2030 – O segredo dos escolhidos, Skull, 357 pp (R$59,90) nos leva para um
Jerusalém futurista onde nossas ações são coordenadas pelo sistema IA 2030.
Quando um pai perde uma filha, nenhuma resposta parece suficiente. O
israelense Bruce Bowditch dedicou anos tentando entender a inesperada morte
da pequena Naomy. Mas os resultados de suas investigações foram apenas o
alcoolismo, o afastamento da polícia e a quase destruição de seu casamento
com a doce palestina Iara ― que sofria com a obsessão do marido. Aceitar o
falecimento da filha parecia a única saída para o perito criminal. Até Iara
desaparecer de repente. Quando um marido perde a esposa, nenhuma
catástrofe pode pará-lo. Na Nova Jerusalém de 2030, acidentes não aconteciam.
Por isso, Bruce não conseguia acreditar que uma mera falha no hospital Hamfield
pudesse ter trazido sua filha sem vida ao mundo. Afinal, a cidade havia sido
perfeitamente projetada, construída e gerada pelo 2030, o disruptivo sistema de
Inteligência Artificial que nunca cometia erros. Quando o inimigo é perfeito,
apenas um ato de insanidade é capaz de vencê-lo. Em um mundo em que tudo
e todos são traduzidos pragmaticamente em dados pelos sistemas artificiais,
Bruce Bowditch corre contra o tempo na incessante procura por sua família,
encarando as faces mais humanas da alma e da mente, da morte e da vida, do
recomeço e do fim.
Sou policial, mais uma das peças no infinito tabuleiro de Nova Jerusalém. Ajo de
acordo com o que o programa indica. Os procedimentos de investigação, assim
como todas as áreas da cidade, são completamente gerenciados pelo sistema.
São automatizados, conectando pistas, materiais e suspeitos, e interligando
faces, materiais genéticos e rastros digitais. As nossas atuações são
racionalizadas, seguras e inerentemente respeitam os limites da lei. Não há em
NJ políticos, juízes ou carcereiros. O sistema escolhe, sempre,
matematicamente, a melhor estratégia possível nesse eterno jogo de xadrez.
Afinal, as regras e o próprio tabuleiro foram criados por ele. Mas até que ponto
o movimento de peças do 2030 interfere em nosso livre-arbítrio?
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Sobre o Autor:
Thiago Wenzel é graduado em Engenharia Mecânica, especialista em
Criminologia e atua como Perito Criminal. A partir da observação técnica e de
métodos científicos, analisa locais de morte buscando vestígios para a resolução
de crimes. Durante mais de uma década, dedicou-se à escrita do primeiro livro,
cuja concepção surgiu em uma longa viagem com o pai. Por isso, a obra é,
também, uma homenagem póstuma de um filho para um pai que deixou herdada
a paixão pela ficção
