Influencers na Berlinda: A Polêmica da “Adultização” Infantil nas Redes

A internet foi sacudida por uma denúncia contundente: o influenciador digital Felca usou suas plataformas para expor práticas consideradas indevidas envolvendo crianças e adolescentes em conteúdos de entretenimento. O alvo principal é outro criador, Hytalo Santos, que aparece em vídeos com jovens cuja imagem, segundo Felca, é explorada de forma sexualizada e fora de contexto para a idade.

Com tom firme e repleto de registros, Felca afirmou que as produções de Hytalo configuram um “circo macabro”, ao expor menores em situações semelhantes a reality shows — com maquiagem carregada, roupas reveladoras e comportamentos sugerindo maturidade sexual precoce. Ele destacou que a menina conhecida como Kamylinha começou a ser exposta ainda na pré-adolescência e, hoje, aos 17 anos, continua como protagonista desses conteúdos, com apelo à aparência física como principal chamariz para visualizações.

O vídeo de denúncia viralizou em poucas horas, alcançando milhões de visualizações e levando à desativação do perfil de Hytalo no Instagram. O episódio reacendeu o debate sobre os limites entre entretenimento, liberdade criativa e exploração infantil online.

Hytalo Santos, que soma milhões de seguidores nas redes, já estava na mira do Ministério Público da Paraíba, que investiga suspeitas de exploração de menores em seus conteúdos. As apurações buscam verificar possíveis violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente, analisando tanto a forma de exposição quanto a repercussão gerada.

A polêmica evidenciou um dilema atual da cultura digital: até que ponto criadores de conteúdo podem incluir crianças e adolescentes em produções para a internet sem cruzar a linha da exploração? E qual a responsabilidade das plataformas digitais diante desses casos?

Felca se posiciona como vigilante social, afirmando que seu objetivo é proteger menores e alertar o público sobre práticas prejudiciais. Já Hytalo defende que as participações têm consentimento das famílias e acompanhamento durante as gravações. No entanto, especialistas alertam que, mesmo com autorização dos pais, a exposição em ambientes virtuais pode gerar consequências emocionais e sociais graves para jovens em desenvolvimento.

Este caso se torna emblemático por refletir a urgência de uma regulamentação mais clara sobre a presença de menores nas redes sociais. A crescente profissionalização dos influenciadores, aliada à busca incessante por engajamento, cria um terreno fértil para excessos, especialmente quando o público-alvo envolve milhões de internautas.

O episódio também coloca luz sobre a corresponsabilidade: não é apenas o criador que deve zelar pela segurança das crianças, mas também as plataformas, as autoridades e o próprio público que consome e compartilha esses conteúdos. A polêmica entre Felca e Hytalo Santos não é apenas um embate pessoal — é um reflexo de um debate muito maior, que envolve ética, legislação e a proteção da infância na era digital.

Se quiser, posso também criar uma versão com foco investigativo, explorando mais o impacto jurídico e social desse caso.