Uma pesquisa divulgada recentemente revelou que a grande maioria da população da Groenlândia, um território do Ártico com 57.000 habitantes pertencente à Dinamarca, é contra a ideia de se tornar parte dos Estados Unidos, especialmente após as ameaças de Donald Trump de anexar a ilha.
Realizada pela consultoria Verian, em parceria com o jornal dinamarquês Berlingske e o periódico groenlandês Sermitsiaq, a pesquisa revelou que quase 85% dos groenlandeses entrevistados rejeitaram a ideia de se separar da Dinamarca para se juntar aos EUA. Esse posicionamento reflete uma resistência clara a uma possível anexação do território.
Além disso, o estudo mostrou que 45% dos entrevistados consideram o interesse de Trump pela Groenlândia uma “ameaça”, enquanto 43% o veem como uma “oportunidade”. Somente 13% dos respondentes se mostraram indecisos sobre a questão.
Kasper Moller Hansen, professor de ciência política na Universidade de Copenhague, analisou os resultados da pesquisa e destacou que ela deixa claro o desejo dos groenlandeses de manter sua autonomia. “Eles não querem ser estadunidenses”, afirmou Hansen, apontando a recusa da população à ideia de uma possível anexação.
O interesse de Trump pela Groenlândia tem gerado preocupação não apenas entre os groenlandeses, mas também na Dinamarca. O ex-presidente dos Estados Unidos havia declarado estar “certo” de que seu país conseguiria adquirir a ilha, sugerindo que a Dinamarca acabaria cedendo a sua soberania. Em resposta às ameaças, o governo dinamarquês anunciou um investimento significativo de € 2 bilhões (aproximadamente R$ 12,4 bilhões) para fortalecer a segurança da região Ártica, onde a Groenlândia se encontra.
Esse episódio reflete um contexto geopolítico sensível, envolvendo questões de soberania, segurança e interesses estratégicos em uma das regiões mais remotas e estratégicas do mundo